sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

AMIGOS HOMENS

Ter amigo homem é um grande achado na vida de qualquer mulher. Eles se sentem importantes, te protegem dos engraçadinhos de plantão e ainda te ensinam as artimanhas do universo masculino. Todos os segredos e aquelas desculpas esfarrapadas que ouvimos de vez em quando se tornam fichinha. Quer se dar bem em um relacionamento? Tenha pelos menos 3 amigos, um de cada jeito. Um galinha, um intelectual e outro... Bem, de outro jeito.

Sim, pois quando você começa a entender o mundo desses seres tão peculiares, desencanamos de pelo menos metade das bobeiras que nos afligem normalmente. Por exemplo: seu namorado sai com os amigos para tomar cerveja. Você:

1- dá chilique?
2 - relaxa?

Primeiro: quando você não se importa é bem provável que ele fique muito mais encucado do que você. Segundo: eles amam estar entre eles, falando besteira, arrotando e olhando a mulherada. Olhar não tira pedaço, racionaliza mulher! E outra: ele fica mais leve, mais feliz e até com mais assunto para repartir com você.Mesmo que sejam pequenas fofocas dos relacionamentos alheios. Pois, venhamos e convenhamos: homem ADORA fofocar! Além disso, te dá todo o direito de sair com as suas amigas e amigos para fazer as mesmas coisas...menos arrotar – lógico!

Conversar com o sexo oposto te dá argumento, te ensina futebol, fórmula 1 (apesar de que esse assunto é mais fácil eu ensinar) e onde fica a repimboca da parafuseta. Ainda não aprendi, mas...Homem pode até fingir, mas odeia escutar sobre salão de beleza, cor de esmalte, progressiva e plástica. Isso é assunto restrito as amigas e – desculpem – é muito chato! Novela até eles estão gostando, mas política internacional é muito mais legal!

Sair para beber com homem é perfeito! Você pode tomar todas, até cair, que vai ter um monte para te levar embora. Podemos falar palavrão, perguntar sobre qualquer besteira e até sair da dieta sem ninguém te recriminar por isso. É diversão garantida observar os pescoços virando quando uma mulher passa. Nesse instante você mentaliza tudo o que eles reparam e o tudo é: bunda! É impressionante o quanto isso é obsessivo para os nossos queridos amigos. Portanto, quando for fazer a ficha na academia, lembre-se: GLÚTEOS!

E tem outra: eles não se importam tanto com aquela celulite que insiste em aparecer, adoram seios naturais e calcinha de algodão - pois no fim, vão tirar mesmo-, detestam maquiagem exagerada e perfume idem... Homem que é homem gosta mesmo é de mulher inteligente e não perua siliconada. Eles respeitam seu corpo, mas cobram cuidado. Suportam a TPM mas querem uma companheira que participe de suas aflições, cuidem da sua alma e lhe afaguem a nuca quando menos esperam...E tem que morrer de orgulho quando lhe apresentar para os amigos:

- Ta podendo, hein?

Amigo homem está sempre pronto a te elogiar, falar mal do namorado que te largou, enxugar suas lágrimas e dar aquele ombro pra lá de amigo.Te acompanham em cinemas ou noites dançantes quando o novo namorado não quer ir. Você é sempre a queridinha e quem se atrever a ficar com ele vai ter que te engolir. E às vezes até mesmo uma permissão você tem que dar... Juro, aconteceu comigo!

O mais legal é quando são eles que sofrem por amor... Aí é que você percebe que eles também são feitos de carne e osso, sentem um chifre sim e desabam quando uma mulher os larga. Lógico que eles fingem muito bem, posam de machão, mas no fundo são tão sensíveis quanto nós. E muito mais inseguros. Mulher foi feita pra ser multifuncional, mãe, amiga, mulher. Eles só tem um papel definido que está sendo colocado a prova o tempo todo: o de provedor. E como as mulheres já estão ganhando tanto ou mais do que eles, sobra muito pouco para os nossos queridos...

Portanto, divirta-se com seus amigos. Dê boas gargalhadas, ouça o que eles tem a dizer, preste atenção nas entrelinhas , aprenda sobre os times de futebol, marcas de carro e não pire quando o seu namorado for jogar sinuca de novo... Eles merecem!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DESACELERANDO...

Sempre, a minha vida inteira, fui acelerada. Adoro ler e escutar música, fuçar na internet e ver televisão, assobiar e chupar cana então...Meu computador nunca tem menos do que 5 ou 6 sites abertos ao mesmo tempo, o controle remoto não para nunca muito menos o tuning do rádio. Eventos, quanto mais melhor! Se eu tiver um aniversário na sexta, churrasco no sábado de dia,teatro a noite e jogo no Mineirão domingo...aí sim o meu final de semana foi completo. Sim, pois durante a semana eu não passo das 11...Quando não durmo na frente da tv antes.


E então, surge na minha vida uma pessoa totalmente avessa a tudo isso.Perfeição para ele era um filminho na sexta, buraquinho no sábado e uma cochilada no domingo... E aí, eu quase entrei em parafuso! Quando eu iria ficar em casa sexta a noite? Como? Eu ainda tenho uns surtos de adolescência e acho que agüento noites inteiras na balada. E o meu bonito com a máxima: um evento só por dia ou : vamos ficar quietinho em casa mesmo...

Juro que no começo foi difícil. Cheguei a ficar de mau humor. Péssimo humor. Mas fui me adaptando...e ele também. Devagarinho fui colocando eventos leves na nossa agenda, um teatrinho ali, uma festinha acolá...nunca no mesmo dia e com pequeno intervalo entre eles. O duro foi na época do meu aniversário.Faço festa mesmo, 10 dias pelo menos! Ele foi em alguns, me liberou ( santo homem ) para outros, mas ficou firme. Fiz a loucura de comemorar -oficialmente - na quinta e comprar convites para dois shows em seqüência, um na sexta e outro no sábado, além do churrasco da minha família no domingo!Ele foi. Em todos!Com dores do futebol mas foi.Morri de dó e jurei que teríamos fins de semana mais tranqüilos...e até ansiei por isso.

Sim, pois depois que estamos em boa companhia, nada mais importa. Podemos ficar abraçadinho, falando besteira ou simplesmente apreciando um pôr do sol. Não precisamos de festas, baladas, agitação. Encontrei a paz que tanto procurava em alguém que me apoia e me entende em qualquer situação. E me deixa escapar para noites de salsa sem ciúmes nem cobrança, enquanto me alegro quando ele vai jogar sinuca ou beber cerveja com seus amigos... Se existe um modelo para perfeição, acho que já tenho o meu!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SIMPLICIDADE E EDUCAÇÃO

Lendo um texto da minha prima sobre os maus atendimentos ao qual estamos expostos diariamente e a cara de pau de telemarketings, bancos e outros serviços que cobram caro e trabalham de forma ineficiente fiquei imaginado como isso afeta o nosso dia a dia.De forma inconsciente, reflete nos menores gestos que podem nos levar a uma discussão infundada,gestos impensados e a uma ação precipitada totalmente sem sentido.A tolerância zero encontrou respaldo na falta de simplicidade e de educação que estão sendo deixadas de lado não só nessas mas em outras relações do nosso dia a dia. E a culpa às vezes pode ser nossa....


Para quantas pessoas você costuma falar bom dia, boa tarde, tudo bem? Fala com um sorriso no rosto, desejando mesmo, se interessando, ou por puro hábito? Não precisa falar nome, por que nem sempre lembramos. Eu tenho um método infalível: chamo as mulheres de lindona e os homens de amigo. Dá certo e ainda eleva a auto estima da pessoa! Agradeço a quem me serve cafezinho, quem limpa minha mesa, quem faz minha unha, corta meu cabelo...Dou bom dia para o motorista do ônibus e tento facilitar o troco para o trocador.Até levo comidinhas especiais para o gato que ronda o local do meu trabalho pois acho que carinho e atenção nunca é demais...

Quando fui comprar o computador do meu filho pesquisei em vários locais. Fui muito bem atendida no Carrefour e um pouco menos na Ricardo Eletro. Mas enfim... Comprei no Ponto Frio, de rompante. Tinha acabado de sair de uma consulta no oculista, enxergando quase nada e apenas percebi uma movimentação de saldão. Entrei. A menina que me atendeu foi de uma paciência com os meus olhinhos fechados e minha semi ignorância de hardware, gigas e megabytes, que me conquistou. Mesmo sendo treinante, ela destrinchou o estoque, focou nas minhas necessidades e chegou no que eu queria. Negociei um desconto com o gerente – claro! – e paguei. Quando fui retirar o computador, outra aula de alegria. Em meio a brincadeiras, o rapaz conferiu cada peça enquanto que outro fez questão de ensinar como instalar cada uma delas e me levou até o táxi carregando aquela caixa enorme... Me senti uma rainha! Fui super-mega-blaster ( homenagem a Juju, minha filha de coração ) bem atendida e consegui o que queria. Nem preciso falar que meu filho delirou com o novo computador e que, com certeza, deve estar grudado nele exatamente no momento que escrevo esse texto...

Se eu tivesse chegado com a cara fechada, doida de raiva por ter ficado 3 horas na sala de espera do meu oculista, descoberto que meu grau aumentou ( mister Magoo perde pra mim ) e ainda ter que sair no calor de 40 graus com a pupila tão dilatada que se fosse parada numa blitz...com certeza a história teria sido diferente. Precisamos aprender a rir de coisas que no fim, não fazem tanta diferença. Escutei uma vez essa frase: Antes de sofrer por algo, pense se daqui a 10 anos aquilo teria mudado a sua vida...

E aprendi a viver assim. Lógico que as vezes engolimos alguns sapos...Mas cuspimos coisas melhores, que se transformam ou somem. Fiz um estrogonofe uma vez por pura raiva. Precisei colocar pra fora um desaforo e ao invés de responder – e olha que eu sou atrevida! - fui para a cozinha. Chorei e cortei frango, flambei com molho shoyo, misturei creme de leite com pomarola e saiu o melhor estrogonofe da minha vida! Lógico que não seria capaz de repetir essa receita maluca nunca, mas... Superei a raiva, alimentei a mim e a mais meio batalhão e voltei a sorrir... A vida continua! E como diz meu mestre Luiz Fernando Veríssimo: viva com bom humor!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MÃE TAMBÉM É CHORAR...

Criei meu filho mais velho praticamente sozinha . Lógico, com a ajuda dos meus pais, madrinhas e padrinho, mas eu. Ida a médicos, reuniões de escola, cinemas, parquinhos e pracinhas. Sempre eu.

Com 7 anos ele conheceu o pai. E hoje ele virou o seu herói. Como isso dói! Sim, porque nada do que aconteceu antes disso parece existir. As noites em claro amamentanto, curando a febre, velando o sono... As primeiras consultas, o ensinar a andar, o curar de um machucado. As primeiras palavras, seus sorrisos, tudo tão meu que nunca pensei em ser ameaçada nesse mundo perfeito. Nesse mundo meu.

Até que o filho cresce, começa a freqüentar o mesmo esporte que o pai, descobre mil afinidades e a mãe é deixada de lado. Vira a vilã da história, a que não se dedica , que NUNCA FAZ NADA POR MIM! Frase dura de ser ouvida. Chorei da minha casa até a Praça da Liberdade, onde fui dar uma caminhada para espairecer, antes de desabar. A vontade que dá é de fazer um relatório desde o dia que a criaturinha nasceu contando, com detalhes,TUDO,mas tudo mesmo que você fez por ele sim! E faz, sem parar...

E caminhando, comecei a lembrar das minhas 12 horas de contração antes do parto – juro, foram 12 – da minha aflição conferindo os dedinhos do pé e da mão para ver se estava tudo no devido lugar, a conjutivite que ele teve logo depois de nascer que me fazia temer a troca de remédios na hora do sono... ( eu lavava a mão com álcool e pingava água boricada no olhinho dele...imagina o contrário? ). Lembrei do seu batizado, com o pai ausente, quando me senti forte e capaz de abençoar aquele anjo e quando meu irmão fez as vezes de pai. Todos os dias dos pais em que eu aparecia sozinha ou com o meu pai para mostrar a ele o quanto ele era - e é – amado. As noites em claro que passava, pensando no que fazer para pagar a escola, comprar o presente de Natal ou o que mais ele precisasse. O que responder na hora que ele me perguntasse: cadê meu pai?

Todos os exames que não conseguia decifrar e achava que meu filho tinha uma doença incurável, as vacinas, reações às vacinas, reações às reações...Descobrir que ele gostava de leite de soja e maçã raspadinha, até quase virar água...Dar graças a Deus quando ele comia um prato cheio de beterraba e brócolis e ter a paciência de Jó quando ele ficava uma hora pra almoçar com o escolar buzinando na porta de casa!

Achar a enfermaria do shopping na véspera de natal e dar adeus ao vestidinho branco manchado de sangue do corte no queixo do seu filho que conseguiu abrir o mesmo lugar mais 4 vezes! Lembra, Lu? Passar protetor solar na marra, correndo pelo clube igual uma boba enquanto ele se desvencilha e volta quase com insolação...

Levar no primeiro filme e perceber que ele se interessava mais pelos parafusos do ar condicionado que foram retirados quase um a um para delírio da platéia...Tirar fotos dele dormindo, usando o peniquinho, sem dentes, com cabelo pintado de verde...Lindo, sempre, de qualquer jeito!

Ser capaz de jogar bola, dar colo e trabalhar. Ser mãe, pai e o que mais precisasse ser. Ir a todas as reuniões tediosas da escola e não ter quem olhar no olho e dizer: nosso filho nos dá tanto orgulho! Quem dividir a troca de fralda ,a papinha, o primeiro passo vindo na sua direção. A primeira palavra que não foi mamãe, mas foi “bibi” pela sua total paixão por carros... A fada dos dentes que esquecia de deixar a moeda e colocava no meio da tarde...

Ter vontade de estrangular o menino que se atreveu a bater no seu filho e encarar pai e mãe alheios para defender o que é seu. Ensinar obrigado, com licença e, por favor, as tais palavrinhas mágicas que como mágica também são esquecidas... Conferir mochila, cadernos, merenda e uniforme. Comprar o presente dos coleguinhas que nunca viu, levar nas festinhas e engolir em seco quando perguntada: Seu marido veio?

-Não, eu vim sozinha...

As festas juninas, os teatrinhos, os campeonatos de judô, futebol ou sei lá mais o quê em que me sentia a mais solitária das pessoas, mas sorria firme e aplaudia meu filho... As inúmeras vezes que ele se perdeu e eu pensava: o que vai ser de mim? E quando o encontrava, misturando ódio e alívio por ter encontrado novamente a minha razão de viver.

Razão que se sente quase um adulto e especulo sobre a primeira namorada, o que quer ser quando crescer e tento, de todas as maneiras, ajudar no seu crescimento e na sua felicidade. Adivinho pensamentos, pergunto demais, luto contra o tempo. Ele está crescendo e isso é inevitável. Se sente dono de si e vai ser, daqui a alguns anos. Mas será um cidadão consciente, pois antes de dormir, ele veio me pedir desculpas. E com um abraço disse: Te amo, mãe...

- Também te amo, meu filho...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O QUE NÃO TEM PREÇO

  Sabe aquela propaganda de cartão de crédito que nos faz pensar no que nós não podemos comprar? O que não tem preço? O que mais gostamos e mais precisamos e temos assim, de graça? Resolvi listar o que não tem preço para mim. E percebi que dinheiro é bom, mas o que não tem preço...é muito melhor!

Não tem preço:

Acordar com um beijo gostoso
Um bom dia abraçado
Café na cama levado
Um filho - ou os dois - enroscados
E o dia todo ensolarado...
Ver meu artigo no jornal
Ser reconhecida como tal
Receber elogios - como é bom!
Prazer sem igual
Tomar sorvete no parque
Se lambuzar de alegria
Ver o tempo passar
Em doce harmonia
Sem hora pra acabar
Uma conversa jogada fora
Nos bares, nas esquinas
Boas comidas, boa companhia, boa música
E a  tarde toda pra vadiar
Ter muito trabalho pra fazer
E uma rede para embalar
Meus sonhos, meu descanso
Minha vida, meu remanso
Acordar antes do Sol
Só para caminhar
E  admirar as estrelas
Antes de me deitar
Ter um tempo que corre macio
Vem de mansinho e vira meu amigo
Quem me ensina a saber
Que aprendo a criar
O que não tem preço para mim
É ter ao meu lado
Filhos, amigos, amado
E muito carinho...
                 carinho sem  fim...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

SER MÃE

  Ser mãe é coisa complicada de se falar. Tem mãe de todo tipo, todo jeito, todo estilo. Tem mãe mais brava, mãe mais liberal, mãe careta. Mãe que protege demais, mima demais, poda de todos os lados. Mãe insegura, de primeira viagem. Mãe também insegura,mas de quinta viagem...Mãe que já sabe de longe decifrar o choro, o grito, a manha. Que faz de tudo para incentivar o filho, que tem a paciência de Jó para argumentar, explicar, ouvir perguntas descabidas...

  Ser mãe é ter que saber de tudo, da distância entre Marte e Saturno até os nomes dos heróis dos desenhos animados ( e acredite, são muitos! ).Mãe que é mãe tem que saber quando algo está errado, quando o filho está mais quieto e mais calado. Se não for febre, é tristeza e o colo tem que estar disponível para toda hora. De pequeno até quando os pés já estão quase alcançando o seu número - como passa rápido!

  Ser mãe é ter sempre culpas, de estar trabalhando demais, de estar ganhando de menos, de tudo que poderia estar fazendo, do que deixou de fazer...É chorar baixinho quando passou dos limites com o filho na hora da bronca e não aguentar de tanto remorso. É ler livros e revistas e consulltar sites toda vez que o filho tem algum problema e ela não sabe como agir. Ser mãe é fazer cara de paisagem quando o filho, no meio do supermercado pega uma camisinha e pergunta em alto e bom som para que serve aquilo!

  Ser mãe é sim, acordar de madrugada e rezar por horas a fio com o filho no colo para que a febre baixe logo. É se desesperar quando o remédio não faz efeito, quando o pediatra não atende o celular, quando o filho não come...É chorar na porta da escola junto ao filho que não quer entrar. E chorar também quando ele entra e nem mais olha para trás! É preferir ver filmes da Disney, e comer pipoca e se lambuzar de tanto chocolate, ao invés de ver aquele filme do Al Pacino que tanto queria.

  Ser mãe é aprender a se vestir com uma mão só, enquanto pega a mamadeira com a outra. É ligar sempre para saber se o filho comeu, tomou banho e ouvir do outro lado: -já, mãe, que saco! É impor limites, mas se derreter toda quando o filho diz que te ama, com aquela carinha mais safada, já prevendo que vai te ganhar. É segurar a barra quando ele briga na escola, chega todo machucado e não chamar a outra mãe para a briga também. É morrer de orgulho com as notas lindas que ele tira e mostrar as provas para todo mundo, até quem você não conhece! Ter as fotos na carteira, no celular e dizer sempre até para os mais desavisados: - não são lindos? São. Sempre serão. Os mais lindos, os mais inteligentes, os mais tudo! Motivo maior de existirmos e sermos mãe.

  Ser mãe é acima de tudo, doação. E pura alegria.E preocupações eternas. Da hora em que ele nasce e contamos os dedinhos para saber se está tudo ok, nas pequenas mãos e pézinhos fofos, até as tensões para o vestibular, escolhas de profissão, aceitação de noras, genros...ai, ai, ai. Mas não existe presente maior do que o sorriso de um filho, do carinho gostoso sem motivo, do beijo de boa noite, do aconchego na hora de dormir.Das declarações de amor sem hora nem porquê, dos desenhos abstratos em que estamos presentes - de alguma forma - das comemoraçoes do dia das mães quando pagamos o maior mico, borrando toda a maquiagem enquanto eles cantam: "como é grande o meu amor por você!"

  Ser mãe é, enfim, padecer neste paraíso maravilhoso, das mais puras e loucas emoções. Não existe rotina, tédio, nem nada que dure muito. É um mundo novo, de descobertas e partilha, aprendizado e abnegação.Ser mãe é ajudar, ouvir, compartilhar. Estar presente quando o filho precisa e não se desesperar quando ele alçar outros vôos. Preparar, educar, amar. Fazer sempre, sempre o melhor. E quando ele voltar, não só com os pés maiores , mas também com problemas diferentes, que o nosso colo seja sempre infinito para acolher esse que é o maior amor do mundo!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

MÃES E FILHOS

  Estou chegando a uma fase da minha vida em que me pego às vezes sendo filha dos meus filhos. Nunca imaginei que isso fosse acontecer tão rapidamente, mas quando Victor - 11 anos - perguntou a que horas eu ia voltar para casa, levei um susto:
- Como é que é?
- É, que horas você volta? E onde você vai?

  Sinceramente, não sei o que perdi. Quando meu filho se tornou meu pai? Em que momento ele se achou no direito de tomar conta de mim? Fiquei atônita com a situação, dei um suspiro e respondi:
- Acho que a mãe AINDA sou eu!

  Como sou divorciada e tenho dois filhos homens, isso se torna mais incrível. Tenho pequenos machões em casa que criticam minhas roupas e o meu horário.Me censuram quando, sem querer, solto um palavrão e têm o topete de dizer não às minhas ordens.Estamos deixando de ser mães?

  Não, longe disso. Apesar de também ser amiga dos meus filhos, curtir os mesmos desenhos e comer a caixa inteira de bombom disputando até o último preferido, chega a hora do limite.Tem que chegar. É quando o não é mais forte, o olhar diz tudo e eles se resignam a obedecer.E tem também aquele beijinho que cura qualquer machucado, o colo que segura toda onda e a historinha antes de dormir ( quando não acabamos dormindo juntos). É, ser mãe hoje em dia requer muito mais habilidade do que poderiam imaginar nossas avós. E ainda tive de olhar o perfil do meu filho no orkut para ver o que andava acontecendo...pode?

  Nos desdobramos em cuidados em um mundo que os leva cada dia para mais longe de nós.Eles tem acesso a tudo, sabem de tudo e querem muito mais. Querem o que não tem e o que está por vir.E os puxamos de volta, para o nosso colo imenso e coração amedrontado, que vê e ouve tantas barbáries e gostaria de tê-los para sempre sob nossas asas de mãe coruja. Mas filho não é da gente, é do mundo.Escrevo isso ainda com um pequeno aperto no peito e sei que devo fazer o melhor para eles e para o mundo que vai lhes acolher. Devo repassar os valores, dar responsabilidades, limites e educação. Criar um cidadão que saiba realmente viver bem. E ainda ser feliz! Mas isso é consequência. Enquanto pudermos rir de desenhos bobos e disputar o último bombom, seremos capazes de qualquer coisa. Até de falar a que horas eu vou voltar...

EM 2010...

QUERO
O BEIJO MAIS MOLHADO
AQUELE ABRAÇO APERTADO
ELOGIOS RASGADOS
QUERO A REDE DO DESCANSO
O OLHAR TÃO MANSO
E O DIA PRA VADIAR
QUERO AMAR
FILHOS
AMIGOS
AMORES
TER SAUDADE
E CHORAR
REEENCONTRAR
E CHORAR
SER FELIZ
SORRIR
ATREVER
OUSAR
FAZER TUDO DIFERENTE
OU TUDO IGUAL
MAS TENTAR
SER MAIS EU
MAIS SUA
OU DE NINGUÉM
REALIZAR, SONHAR, VIAJAR
AQUI, ALI OU EM TODO LUGAR
FAZER CAMINHOS DIFERENTES
OLHAR O CÉU DE VERÃO
PROCURAR OUTRAS ESTRELAS
SABER AS FASES DA LUA
E CONTEMPLAR
ACORDAR PARA VER O SOL NASCER
OU NEM AO MENOS DORMIR
REZAR
AGRADECER POR PODER
SER LIVRE E VOAR
VIVER CADA VÃO MOMENTO
OUVIR O RISO
CALAR A LÁGRIMA
ACONTECER
PERMANCER
DIVIDIR
MULTIPLICAR
ENLOUQUECER
DANÇAR
NO QUARTO, NO TEMPO, NO AR
EXTRAVASAR
DAR E RECEBER COLO
CURTIR O SORVETE DERRETENDO, A BOLA LANÇADA, O NADA
ASSISTIR A FILMES BOBOS
COMER PIPOCAS E BOBAGENS
RELAXAR
DEITAR NA GRAMA E OLHAR
NUVENS, DIAS,SÓIS
ADIVINHAR
CONSPIRAR AO SEU PRÓPRIO FAVOR
POUPAR - NEM QUE SEJA POUCO
OU MUITO, SE QUISER
PLANEJAR
EXECUTAR
CONSTRUIR
ERRAR
ACERTAR
ESCREVER POEMAS DE AMOR
FAZER AMOR
AMAR
CAIR
E LEVANTAR
LER LIVROS DE ACONCHEGO
LIGAR PARA AMIGOS ANTIGOS
JOGAR TUDO FORA
RENOVAR
RESPIRAR
INSPIRAR
ARFAR
SUSPIRAR
MALHAR SEMPRE
OU DE VEZ EM QUANDO
COMER BEM
OU ESCAPAR
CORTAR VELHOS HÁBITOS
MELHORAR
ALUCINAR
BEIJAR
ABRIR CORPOS E CORAÇÕES
ESPIRITUALIZAR
APROFUNDAR
IMORTALIZAR
PLANTAR ÁRVORES, LIVROS E FILHOS
SENTIR
PROCRIAR
PENSAR
IDÉIAS E IDEIAIS
PERPETUAR
OLHAR DE NOVO
E SE MARAVILHAR
EXCLAMAR - SEMPRE
E SE SURPREENDER
SE CUIDAR
MIMOS E MALUQUICES
RESPEITAR
RECICLAR
RESSURGIR
RESSUCITAR
NO ANO NOVO, EM VIDAS NOVAS
SIMPLESMENTE
APROVEITAR!!!!!!!

UM 2010 TENTADOR PARA TODOS NÓS!

SAVASSEAR...

   Sábado de carnaval. A tarde acontece preguiçosa na cafeteria Três  Corações. Calor de 30 graus, mostra impiedoso o termômetro da praça. Me  convido a um chope solitário. Afinal, quem tinha que ir, já foi. Restamos  nós, desconhecidos na embriaguez de uma cidade prestes a parar. Um clima de boemia paira sobre todos. Uma brisa suave consegue disfarçar um pouco o calor e traz saudades de outros tempos...

  Observo os transeuntes com jeito de intelectual enquanto faço minhas anotações no papel que serve de apoio para os pratos.Deveria ter sempre meu caderno na bolsa...Uma senhora passeia com o cachorrinho, as crianças leves se divertem com o pouco que a pracinha oferece. Não precisamos de muito,  afinal. O esvaziar lento das ruas segue junto com o pôr-do-sol. Tudo está a espreita do feriado. Dá até preguiça de pedir a conta. Será que me arrisco a procurar um livro?

  Prefiro observar as pessoas. A cerveja começa a fazer o seu efeito gostoso e tudo fica mais dormente. Alegres pedestres ainda se atrevem a desafiar o tempo que resta. Será que vão a bailes? Ou fogem para suas casas?As locadoras de filmes estão cheias. Tenho 3 a minha espera. Fujo da folia.Me sinto segura em meu mundo, onde tenho o controle de quase tudo. Quero estar atenta. Acho que não consigo terminar outra cerveja...

   São 18:00 hs. O céu de cor indefinida dá o tom de dúvida: Será que amanhã vai dar clube? É um opção boa para a preguiça desses dias mornos. Só sentir o Sol e não ter que pensar em nada. Me sinto filha do Sol, preciso dessa energia. As ruas estão quase vazias. Uma patrulha começa sua ronda. Estou em segurança? A Savassi está sob o meu domínio. Mas não domino situações. A noite vem cheia de promessas. Encontros e reencontros. Até onde posso me arriscar? Quero outro corpo junto ao meu, sem ter que me expor. Até quando? Sinto medo de amar.O garçom se aproxima:
 - Quem sabe mais uma cerveja...

  O celular toca. É o convite que aguardava. Posso ignorá-lo. Posso me esconder. O toque insistente me incomoda. Atendo. Do outro lado uma voz rouca pergunta onde estou:
 - Na cafeteria.
 - Sozinha?
 - Sim.
- Estou indo te buscar.

  Não quero ser buscada. Não quero ter que fazer nada. Quero terminar minha cerveja sozinha. O garçom deve estar me achando patética. Peço a conta.Quero voltar para o meu mundo, quero os meus filmes, comer bobagens. Não quero nem me arrumar. Mas alguma coisa acontece em mim. A vaidade é obssessiva. O pior dos pecados. Existe o jogo, a conquista. Não escapo. Ele chega e simplesmente me deixo levar...para outros pecados.Para a próxima cerveja.

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PÃE

  Numa dessas tardes raras de ócio absoluto resolvi colocar a leitura em dia. Peguei um livro de Jonas Bloch, que adquiri em feliz sessão de autógrafos na livraria da travessa. Me deparei com a história de um Pãe.Para quem não sabe, Pãe é o nome dado a bravos guerreiros que são pai e mãe ao mesmo tempo. E percebi que também faço parte dessa classe. Meu filho mais velho, Victor, só conheceu o pai aos 7 anos de idade, pelas várias artimanhas da vida. Meu pequeno, Enzo, já com 6 anos mora há 4 comigo, visitando o pai apenas nas férias. Então, é oficial: sou Pãe. Para quem se acostumou com meus textos suaves e coloridos sobre o dia das mães, prepare-se: vocês vão descobrir o lado oculto de minha vida...

  Sim, porque ser Pãe é quase surreal. Dizem que mãe é ternura e pai é autoridade. E Pãe? Surta de 15 em 15 dias... Afinal temos que contrabalançar sentimentos quase opostos durante todo o tempo: amor e respeito, carinho e disciplina, dureza e flexibilidade...E isso durante as 24 horas do dia, sem folgas...O mais interressante é que no caso de Jonas Bloch ele teve que criar duas meninas e eu tenho a incubência de dois homenzinhos. Não imagino o que poderia ser mais dificil: um pai lidando com tpm ou uma mãe lidando com mudanças de voz, o primeiro desodorante...Mas o resto, deve ser bem parecido: escovar os dentes, conferir as notas, ensinar obrigado, com licença e desculpa, implorar para ele se comportar na casa do amiguinho:

-Pelo amor de Deus filhinho, finge que você é um lorde dinamarquês!
  Lógico que ele nunca ouviu falar em nenhum lorde, mas entende que tudo aquilo que aprendeu - e nem sempre usou - deve ser colocado em prática pelo menos nessa hora.

  Mas tem as suas compensações. Jogamos futebol sem regras ( obviamente por não conhecê-las ),video game sem a menor preocupação, damos piruetas, cambalhotas, inventamos números de circo e malabarismos com a vida. Me asssusto com o 38 do tênis do Victor e com a notória safadeza de Enzo. Sei jogar " bafo", aprendi o nome dos herois das figurinhas, desenhos, e me preparo para comprar presentes de dia dos namorados...ai,ai. Mas me orgulho ao vê-los crescendo, criando corpo e espirito de futuros pais. De quebra, ganho demonstrações de carinho que - acho - só filhos criados com Pães devem ter. Poemas inteiros feitos por Victor agradecendo pela disciplina e amor que a Pãe dá... Ser tirada para dançar por um doce Enzo no meio do pátio da escola no dia da festa junina...É... nesse misto de dureza e manteiga derretida, meus filhos me abraçam e me beijam sem nenhuma vergonha. Dizer EU TE AMO é a coisa mais natural do mundo e lágrimas e risos são compreendidos e liberados da mesma forma.Depois da dureza vem a ternura e ser Pãe é ter a felicidade - e a loucura - de dois mundos. Até que não foi tão difícil assim...

QUAL É O DIA DO VELÓRIO?

  Por qtos. dias uma pessoa pode sumir sem dar notícia e reaparecer como se nada tivesse acontecido? Ok, mais especificamente: um - considerado - namorado some. Você, obviamente, não liga. Pode até se remoer, mas mantém o orgulho firme. Qual é o prazo? 1 dia, 2, 3...O tempo pode passar indefinidamente e nada acontecer. Você pode fingir que nada aconteceu. Ou deixar o orgulho de lado, vestir o : não tenho mais nada a perder e ligar. Qual seria a desculpa?

- Morreu?
- Perdeu o meu número?
- Que dia será o enterro?
- Terminou e esqueceu de avisar?

  O melhor é quando vc liga, o defunto atende mais vivo do que nunca e ainda tem a coragem de dizer que está no buteco. Qual seria a resposta?

- Não morri, estou falando com vc...sou apenas um canalha mesmo.
- Perdi o seu número e nunca mais quero achar.
- Não terminei, precisamos conversar.

  Ou seja, terminou mas quer ter a chance de uma transa antes do fim já declarado.Não seria mais fácil e honesto dizer, antes de sumir:
- Não quero namorar, tenho mais o que fazer, me esquece!


Ou, menos cruel:
- Estou no meu ano sabático e vou me dedicar ao jejum sexual...

  Tudo, menos ignorar.Não tem nada que justifique.E aí, as desculpas vão ficando mais e mais ridículas...
- Meu cachorro não come há três dias, a pressão da minha mãe subiu, nem almocei hoje, meu filho está com problemas, o trabalho está acabando comigo,não tenho tempo para nada.. - menos, é claro, para estar no buteco com os amigos...

  Homem é um ser totalmente peculiar. Se aparece mais de um problema, ele surta. Não existe o universo paralelo em seus cérebros limitados. É impressionante. Nós parimos, arrumamos a casa, criamos o filho, cuidamos DELE - que nunca vai deixar de ser filho - e ainda fazemos unha, malhamos e estamos lindas e dispostas quando ele quer sair.

  Da próxima vez que um homem sumir da sua vida, nem dê a chance da desculpa, ninguém merece. Delete o número dele do seu celular - para não cair em tentação - bloqueie os e-mails, jogue fora as lembranças. E se for convidada para o velório...bem, aí é melhor mesmo fingir que nunca o conheceu!