Lendo um texto da minha prima sobre os maus atendimentos ao qual estamos expostos diariamente e a cara de pau de telemarketings, bancos e outros serviços que cobram caro e trabalham de forma ineficiente fiquei imaginado como isso afeta o nosso dia a dia.De forma inconsciente, reflete nos menores gestos que podem nos levar a uma discussão infundada,gestos impensados e a uma ação precipitada totalmente sem sentido.A tolerância zero encontrou respaldo na falta de simplicidade e de educação que estão sendo deixadas de lado não só nessas mas em outras relações do nosso dia a dia. E a culpa às vezes pode ser nossa....
Para quantas pessoas você costuma falar bom dia, boa tarde, tudo bem? Fala com um sorriso no rosto, desejando mesmo, se interessando, ou por puro hábito? Não precisa falar nome, por que nem sempre lembramos. Eu tenho um método infalível: chamo as mulheres de lindona e os homens de amigo. Dá certo e ainda eleva a auto estima da pessoa! Agradeço a quem me serve cafezinho, quem limpa minha mesa, quem faz minha unha, corta meu cabelo...Dou bom dia para o motorista do ônibus e tento facilitar o troco para o trocador.Até levo comidinhas especiais para o gato que ronda o local do meu trabalho pois acho que carinho e atenção nunca é demais...
Quando fui comprar o computador do meu filho pesquisei em vários locais. Fui muito bem atendida no Carrefour e um pouco menos na Ricardo Eletro. Mas enfim... Comprei no Ponto Frio, de rompante. Tinha acabado de sair de uma consulta no oculista, enxergando quase nada e apenas percebi uma movimentação de saldão. Entrei. A menina que me atendeu foi de uma paciência com os meus olhinhos fechados e minha semi ignorância de hardware, gigas e megabytes, que me conquistou. Mesmo sendo treinante, ela destrinchou o estoque, focou nas minhas necessidades e chegou no que eu queria. Negociei um desconto com o gerente – claro! – e paguei. Quando fui retirar o computador, outra aula de alegria. Em meio a brincadeiras, o rapaz conferiu cada peça enquanto que outro fez questão de ensinar como instalar cada uma delas e me levou até o táxi carregando aquela caixa enorme... Me senti uma rainha! Fui super-mega-blaster ( homenagem a Juju, minha filha de coração ) bem atendida e consegui o que queria. Nem preciso falar que meu filho delirou com o novo computador e que, com certeza, deve estar grudado nele exatamente no momento que escrevo esse texto...
Se eu tivesse chegado com a cara fechada, doida de raiva por ter ficado 3 horas na sala de espera do meu oculista, descoberto que meu grau aumentou ( mister Magoo perde pra mim ) e ainda ter que sair no calor de 40 graus com a pupila tão dilatada que se fosse parada numa blitz...com certeza a história teria sido diferente. Precisamos aprender a rir de coisas que no fim, não fazem tanta diferença. Escutei uma vez essa frase: Antes de sofrer por algo, pense se daqui a 10 anos aquilo teria mudado a sua vida...
E aprendi a viver assim. Lógico que as vezes engolimos alguns sapos...Mas cuspimos coisas melhores, que se transformam ou somem. Fiz um estrogonofe uma vez por pura raiva. Precisei colocar pra fora um desaforo e ao invés de responder – e olha que eu sou atrevida! - fui para a cozinha. Chorei e cortei frango, flambei com molho shoyo, misturei creme de leite com pomarola e saiu o melhor estrogonofe da minha vida! Lógico que não seria capaz de repetir essa receita maluca nunca, mas... Superei a raiva, alimentei a mim e a mais meio batalhão e voltei a sorrir... A vida continua! E como diz meu mestre Luiz Fernando Veríssimo: viva com bom humor!
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