quinta-feira, 28 de junho de 2012

CINEMA SEM CULPA?

 Que ser mãe é sinônimo de eterna culpa todo mundo sabe. Achamos que não somos presentes, que trabalhamos demais, damos atenção de menos, mimamos quando não deveríamos, perdemos o controle, enfim...Só esquecemos o quanto isso cansa e que a vida não precisa ser assim.

 Domingo passado meu pequeno estava na casa dos avós, namorado em compromisso familiar e Victor sobrou com a mãe. Ele acordou por volta de meio dia e falei, super empolgada:
 - Acorda, filho, que dá tempo de almoçar fora e pegar um cinema depois...
 - Ah, nem, mãe...Tenho que estudar e quero jogar X-BOX depois!
Murchei. Simples assim.

 Já tinha imaginado o que iríamos almoçar, confirmei o horário do filme e tudo estava perfeito na minha cabeça. Só na minha...Temos a loucura de achar que um filho de 13 anos curte a nossa companhia. Quanta ilusão! Queremos agradar, lembrar o tempo em que ele  obedecia feito um carneirinho - até mesmo por falta de opção - e fazemos da nossa, a vida deles. Fiquei p... da vida!

 Como boa mãe metade judia, metade italiana, fiz aquele drama! Você não gosta de mim foi a primeira coisa que falei, lógicamente! E entramos em uma discussão boba, sem fundamento nenhum, em que a razão era a última das bases.

  De repente, me deu uma luz. Fraquinha, mas real. Quando estava olhando os horários de filme, vi que também estava passando um filme que eu, CAROLINE MEYER, estava querendo assistir e que ninguém mais ia gostar. Respirei fundo e disse:
- Problema não, vou no cinema sozinha!

 Pausa dramática: Alguma mãe se sente normal fazendo isso? Indo para o cinema sem aquela galera enlouquecida e assistindo um filme que ela quer?  E sem culpa? Victor não achou graça. Perguntou o que iria almoçar.
 - Tem um monte de comida na geladeira, esquenta e come!
Tomei banho e fui.

 Olha, fácil não é. Liguei para ele do cinema para saber se tinha comido alguma coisa, fiquei imaginando se ele iria gostar do filme e tudo o mais. Mas assisti. Gostei. Curti.E aprendi uma coisa: Não precisamos agradar todo mundo o tempo todo! De vez em quando, é bom deixar cada um na sua, do jeito que preferir e aproveitar para fazer - mesmo - o que a gente gosta.Ser mãe não é fácil, mas pode ser bem mais divertido...Sem culpa!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O que você faz quando ninguém vê?

 Outro dia, conversando com um bom amigo, estávamos viajando sobre as coisas que gostamos de fazer quando estamos sozinhos, curtindo aquele momento só nosso. Ele, como bom libriano, gosta de arrumar as suas coisas. Eu, livre sagitariana, gosto de assistir a filmes tomando uma Stella.Com direito a pipoca e chocolate depois.


 Gosto do silêncio da minha casa, dos passarinhos que vivem ao redor e da falta de compromisso em ao menos passar um batom. Tenho um short jeans que não me desfaço e moletons fofinhos feitos para o meu lazer solitário. Meias, pantufas, nada combinando com nada. É assim que fico quando ninguém me vê.


 Até algumas pequenas regras da boa educação podem ser violadas nesses raros momentos de prazer. Tem alguma coisa melhor do que ficar na cama sem hora pra levantar? Emendar um programa no outro, levantar só para as necessidades básicas e ver o dia ir embora pela fresta da janela sem um pingo de culpa? Sim, porque precisamos sempre estar fazendo algo, indo a compromissos, infringindo as nossas leis... E começamos a semana exaustos, como se o final de semana nem existisse.


 Gosto de ver filmes antigos, que nunca vou me cansar. Reparar nos detalhes esquecidos e completar a frase dos personagens. Chorar pela milésima vez quando o Kevin encontra a mãe em Esqueceram de Mim 2 e não me importar se alguém vai rir da minha carência...Mãe é mãe! Ou simplesmente dançar mambo com o volume no máximo por toda a casa, sem ritmo   e sem compromisso...Ninguém vai ver!


Acho que quando ninguém me vê sou um pouco mais eu. Me permito ser triste, alegre, clichê.Posso me descuidar um pouco e quebrar pequenas regras. Simplesmente posso me libertar das regras que tanto nos sufocam quando temos que mostrar postura e sensatez para tudo e todos...Acho que sou assim quando ninguém me vê: Muito mais eu do que você!