sexta-feira, 9 de julho de 2010

UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

15 de julho é o dia do homem. Jura? Juro. Passei ontem em frente a uma perfumaria e lá estava a propaganda, linda, em cores másculas, da tal data comemorativa. Obviamente, ao lado de um kit contendo perfume, desodorante e loção pós barba...Quanta criatividade!

Sinceramente, acho que é pura inveja.Além de ser mais uma data comercial , lógico.Só porque temos os nossos dias, um nacional e outro internacional, eles tanto fizeram que conseguiram um dia só para eles. E como agradá-los? Dispensar do almoço na casa da sogra, liberar o chopp com os amigos, o controle remoto, fazer vista grossa com a toalha em cima da cama, a tampa da privada...Mas só por um dia!

Historicamente, o nosso dia tem muito mais respaldo: uma trajetória inteira de lutas, reinvidicações de melhorias nas condições de vida, trabalho e o direito sagrado ao voto.E a nossa luta foi sempre contra os homens, que nos dominaram, podaram e aprisionaram em moldes machistas de sociedade.Profundo, não?

Intrigada, fui até a fonte para entender o assunto e perguntei a um amigo:
- Fernando, me dá um motivo para a existência do dia do homem !
Resposta infame:
 - O homem é o próprio motivo!
Não falei que é carência? Não sou nenhuma feminista radical, vivo rodeada de homens, desde os meus amigos, meus filhos e o meu bonito e começei a tentar entender isso por outro ângulo.

Quando as mulheres não tinham espaço, elas lutaram. Fizeram, aconteceram, apareceram. E hoje, burramente, temos uma jornada de 26 horas por dia, da casa para o trabalho e para a academia, paralelamente a todos os cuidados dispensados a filhos, maridos, namorados.Adoro ser mulher, amo ter todos os direitos, luto por eles, mas tem hora que cansa. Cansa ser homem. E o homem também deve estar cansado de ser mulher...

Afinal,não esperamos mais o homem abrir a porta, dividimos as contas, vamos e voltamos e nos viramos sempre sozinhas, sem precisar de ninguém...será? Temos vergonha de precisar, de ser frágil, dependente. Não digo uma dependência doentia, em que depositamos a nossa felicidade na mão do outro, mas aquele precisar saudável, gostoso, que tanto tememos. Não somos a mulher maravilha, e até ela tinha uma quedinha pelo super homem. Amazonas de outrora, mulheres exaustas nos dias de hoje, precisamos aprender a delegar.

Deixar o homem ser um pouco caçador, provedor, laçador , mandar um pouquinho mesmo. Colocar limites, achar ruim o tamanho da nossa saia, ter ciúmes quando um outro nos olha, elogiar nossas curvas, se sentir dono do pedaço.E mandar flores, levar café na cama... E nós, pobres e frágeis mulheres, precisamos aprender a nos derreter mais, a obedecer mais, a servir um pouco os nossos homens. Pelo menos entre quatro paredes deixar ele ser mais homem. E comemorar esse 15 de julho do jeitinho que ele gosta: sendo muito mais mulher!!!

Parabéns a todos os homens que fazem a minha vida muito mais divertida!

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