terça-feira, 13 de julho de 2010

SHREK PARA SEMPRE

  Sábado a tarde é sagrado: cinema e pipoca! E família reunida.Afinal, somos vários primos com filhos e unimos o útil ao agradável: colocar a conversa em dia e divertir os filhotes. Não sou muito fã do ogro verde, mas como é o filme do momento e meu mais velho adora, fomos ver o tal Shrek.

   3D e sempre me sinto uma criança, me controlando para não tentar pegar os objetos que pulam em nossa direção...Ao contrário dos meninos, que disputam quem pega primeiro a bola verde, a flecha em chamas, os flocos em neve. Tudo perfeito!

  Shrek, para quem não sabe, é um ogro selvagem que se apaixona por uma princesa e larga a sua vida nômade e solitária para se dedicar a vida no lar: cuidar de filhos, jantar com os amigos, tudo muito light e tranquilo. Até o dia que chega o tédio, o pânico, a vontade de sumir! Voltar a ser um ogro selvagem, livre, sem ter que dar satisfação para nada nem ninguém. E ele consegue, através de um pacto meio demoníaco, viver um dia como um ogro solteiro e assustador.

  Lógico que quando ele tenta voltar a sua vida normal tudo dá errado, pois é um conto de fadas e precisamos do drama. Ele tem que reconquistar a tal Fiona e - lógico - se arrepende de ter perdido os filhos, os amigos, pois nada mais existe como era antes no quartel de Abrantes( desenterrei!!!). Ser livre e selvagem pode até ser bacana, mas tem uma hora pra tudo. E tudo tem a sua hora.

  Saí desse filme ótimo e meu filho mais velho foi para casa de primos, antes de uma festinha na casa de amigo que ia perdurar até o fim do domingo.Meu mais novo está curtindo férias em Sampa, meu bonito descansava e me vi sozinha na cafeteria Três corações, meditando sobre a solidão.É muito estranho ouvir só os nossos pensamentos, sem ter que mandar um filho parar de cutucar o nariz ou correr no meio fio. Me senti meio Shrek, sem nada nem ninguém para cuidar. E não foi nada bom.

  Por mais que os filhos nos enlouqueçam, que os amigos nos chateiem ou o namorado não entenda a nossa carência de TPM, prefiro assim. Fiquei imaginando como seria chegar em casa e não ter ninguém nunca me esperando. Sem receber o telefonema das 9:30 para contar do meu dia. Fazer cambalhotas com Enzo. Discutir filosofia com Victor. Assistir Simpsons e comer besteira.Nunca assistir um filme até o fim , dormir de conchinha e acordar com um beijo de bom dia do meu bonito...

 É lógico que  ás vezes dá, sim,  uma vontade louca de sumir.Mas pude perceber que a vida não tem graça nenhuma sem os nossos amados.Que eles também devem ter vontade de sumir de mim, mas aguentam firme a minha presença e as minhas loucuras ( que não são poucas ). E no fim, temos a companhia um do outro. Dividindo coisas boas e ruins, chorando e rindo juntos.Ganhamos carinho, compreensão e crescemos como seres humanos. Mesmo nos inspirando em ogros...

2 comentários:

  1. E isso aí, Line!
    Viva uma vida selvagem e tenha filhos!
    Lembra desse adesivo no carro do Tio Sérgio?
    Santa Sabedoria!

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  2. KKKKKKKKK...É MESMO! E NÓS SABEMOS BEM O QUE É ISSO!!!

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