Falta menos de um mês para o Natal. E mais uma vez, o ano passou voando! Tantos planos fizemos, tantas coisas realizamos e chega novembro com essa chuva doida que, de uma maneira ou de outra, nos faz parar e pensar.
Tenho verdadeira aflição de Natal. Quando as luzinhas começam a piscar de maneira frenética em árvores , vitrines e janelas, tenho uma tristeza profunda. Que às vezes, nem sei ao menos o porque. Parece que me tomam os espíritos dos Natais passados e vivo uma eterna melancolia do que se foi.
Hoje, nesse dia cinza e tristonho, me peguei lembrando do meu avô paterno.Todos os domingos, quando ele me via entrando pela porta da sua casa, batia com a mão na perna direita e dizia:
- Vem cá, menina bonita!
E eu me sentia uma princesa, no colo daquele senhor grisalho, sempre muito bem arrumado e cheiroso, que fazia as minhas vontades e inventava engenhocas pela casa, desde o controle remoto da televisão antiga até caminhas e armários para as minhas bonecas.
E, enquanto esse senhor esteve vivo, meus Natais foram repletos de magia. Esperava ansiosa a chegada do Papai Noel, que acreditei existir durante muito tempo, e sempre me fartava de presentes. Como o meu aniversário é perto do Natal, enquanto criança, ganhava tudo em dobro. E era uma delícia esperar todo o ano para ter, finalmente, aquela tão sonhada boneca ou os patins verdes dos meus tombos.
Me lembro uma vez que meu avô me deu uma caixa enorme de presente. E dentro dessa caixa, várias outras iam surgindo para o meu total desespero, até chegar em um envelope com uma nota de Cr$50,00. Era uma pequena fortuna para uma menina da minha idade - devia ter meus 10 anos - e me lembro que aprendi duas coisas nesse dia: A ter paciência - para abrir todas as caixas - e a perceber que todo esforço é recompensado. Meu avô me ensinava em cada pequeno gesto.
Devo a ele os melhores dias de Natal da minha vida.Sim, por que antes da noite da véspera em si, existia todo um ritual na casa dos parentes, onde ele se colocava solícito e feliz com os preparativos. Seu sorriso aberto, sua postura franca diante da vida, seu carinho eterno me encantavam. E nunca mais tive essa mesma alegria nos dias de dezembro. A chuva fina que cai sempre encontra espelho na minha pequena chuva particular, enquanto desmorono em lembranças e tento fugir dessa tristeza.
Hoje, parece que existe um vazio entre o meu aniversário e o reveillon - datas que amo comemorar - e corro entre um e outro para esquecer o que se foi. Meus filhos ainda curtem as festas, cada um a sua maneira e com suas crenças. E eu, desde o ano passado, comecei a dar um pouco de alegria às crianças carentes através das cartinhas do Papai Noel dos Correios. Tento, com isso, fazer com que elas tenham, quando adultas, lembranças leves e alegres destes dias de dezembro. E para que meu avô, de onde estiver, continue me achando uma menina bonita!
Tenho verdadeira aflição de Natal. Quando as luzinhas começam a piscar de maneira frenética em árvores , vitrines e janelas, tenho uma tristeza profunda. Que às vezes, nem sei ao menos o porque. Parece que me tomam os espíritos dos Natais passados e vivo uma eterna melancolia do que se foi.
Hoje, nesse dia cinza e tristonho, me peguei lembrando do meu avô paterno.Todos os domingos, quando ele me via entrando pela porta da sua casa, batia com a mão na perna direita e dizia:
- Vem cá, menina bonita!
E eu me sentia uma princesa, no colo daquele senhor grisalho, sempre muito bem arrumado e cheiroso, que fazia as minhas vontades e inventava engenhocas pela casa, desde o controle remoto da televisão antiga até caminhas e armários para as minhas bonecas.
E, enquanto esse senhor esteve vivo, meus Natais foram repletos de magia. Esperava ansiosa a chegada do Papai Noel, que acreditei existir durante muito tempo, e sempre me fartava de presentes. Como o meu aniversário é perto do Natal, enquanto criança, ganhava tudo em dobro. E era uma delícia esperar todo o ano para ter, finalmente, aquela tão sonhada boneca ou os patins verdes dos meus tombos.
Me lembro uma vez que meu avô me deu uma caixa enorme de presente. E dentro dessa caixa, várias outras iam surgindo para o meu total desespero, até chegar em um envelope com uma nota de Cr$50,00. Era uma pequena fortuna para uma menina da minha idade - devia ter meus 10 anos - e me lembro que aprendi duas coisas nesse dia: A ter paciência - para abrir todas as caixas - e a perceber que todo esforço é recompensado. Meu avô me ensinava em cada pequeno gesto.
Devo a ele os melhores dias de Natal da minha vida.Sim, por que antes da noite da véspera em si, existia todo um ritual na casa dos parentes, onde ele se colocava solícito e feliz com os preparativos. Seu sorriso aberto, sua postura franca diante da vida, seu carinho eterno me encantavam. E nunca mais tive essa mesma alegria nos dias de dezembro. A chuva fina que cai sempre encontra espelho na minha pequena chuva particular, enquanto desmorono em lembranças e tento fugir dessa tristeza.
Hoje, parece que existe um vazio entre o meu aniversário e o reveillon - datas que amo comemorar - e corro entre um e outro para esquecer o que se foi. Meus filhos ainda curtem as festas, cada um a sua maneira e com suas crenças. E eu, desde o ano passado, comecei a dar um pouco de alegria às crianças carentes através das cartinhas do Papai Noel dos Correios. Tento, com isso, fazer com que elas tenham, quando adultas, lembranças leves e alegres destes dias de dezembro. E para que meu avô, de onde estiver, continue me achando uma menina bonita!